Assim, em jeito de prólogo



Os Açores são uma paixão que não (me) passa, e que abarca todos os cinco sentidos. 

É daí que nasce este Sabores Açores, que assenta numa íntima e irresolúvel contradição interior, entre a vontade de partilhar coisas boas e o medo de partilhar segredos e massificar aquilo que são hoje nichos e prazeres partilhados por poucos.

Saberes e sabores. É disso que aqui falaremos. Nos Açores produzem-se pequenas e grandes maravilhas para o nosso palato, que merecem ser mais conhecidas, ainda que isso possa chocar com o legítimo egoísmo de querermos guardá-las para nós.

Vamos a isso, com esta ambivalência, mas com a alma cheia do “mar imenso”, de que falava o hino oficioso dos Açores, as “Ilhas de Bruma”, de Manuel Medeiros Ferreira. “E tenho verde, tanto verde a indicar-me a esperança”. 

E de que precisamos nós mais na vida, hoje talvez mais do que sempre? 

Sabores Açores, eis-nos aqui. Para todos os que vierem por bem.


Duarte Moral


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