Biscoitos de orelha
Farinha de trigo, ovos, açúcar, banha, manteiga, fermento e
sal. Pois sim, parece simples, o resto é a alquimia capaz de tornar estes
ingredientes num produto que figura, por direito próprio, em qualquer quadro de
honra do melhor que as ilhas dos Açores têm para oferecer à nossa degustação.
Falamos dos maravilhosos biscoitos de orelha de Santa Maria, verdadeira quinta-essência
do biscoitismo (vocábulo que, se não existe, devia existir…) açoriano e
português.
A origem dos biscoitos de orelha, assim chamados pelo seu
formato enrolado e triangular, perde-se em tempos idos, mas continua a ser dos
produtos mais tradicionais da gastronomia mariense e daqueles cuja presença é absolutamente
obrigatória em cada festa digna desse nome na ilha de Santa Maria, do Natal às
festividades do Espírito Santo ou até aos casamentos.
É um biscoito muito rico e rijo q.b., areado, delicioso e
crocante, o companheiro ideal para qualquer chá ou café. Quem ainda não provou,
não sabe bem o que está a perder, quem já o provou não pode deixar de se tornar
um fã deste primor das doceiras de Santa Maria.
Ao continente vão chegando com alguma regularidade às lojas
com produtos açorianos, com a chancela da Cooperativa de artesanato de Santa
Maria. É disso que se trata, artesanato. Os biscoitos de orelha são feitos
manualmente e carecem de muita arte e saber no seu enrolamento, só ao alcance
de mãos experientes, para atingirem a sua forma tradicional.
Merecem ser (muito) mais conhecidos do que são, têm-se mantido
ainda quase como um segredo das ilhas, mas, com algum egoísmo à mistura, talvez
seja melhor assim. Mas quem puder experimentar esta delícia, não vai mais
esquecê-la. Isso é garantido, porque estas orelhas são biscoitos para nota
máxima.
Comentários
Enviar um comentário