Queijo Ilha dos Mistérios


A Leite Montanha, uma cooperativa do Pico, já tem no seu “cadastro” dos grandes sabores açorianos a magnífica manteiga Rainha do Pico (lá chegaremos, lá chegaremos…), que faz jus ao nome. Do curriculum deve ainda constar o muito estimável (mas ainda algo instável) queijo com o mesmo nome, ainda em linha de afinações, mas de sinais promissores.

Mas o nosso palato foi recentemente confrontado com a mais recente “invenção” da Leite Montanha e o mínimo que se pode dizer é que entra diretamente para o mais exclusivo dos quadros de honra das grandes e saborosas revelações deste ano da graça (e da pandémica desgraça) de 2020.

Ilha dos Mistérios é como se chama este delicioso e cremoso queijo que nos chega do Pico e ainda muito difícil de encontrar no continente (para já, só se pode encontrar em muito poucos e selecionados locais de venda). Mas que é absolutamente imperdível e de sabor distinto.

Um queijo que foge bastante ao paradigma do queijo do Pico, a não ser no formato, mercê sobretudo ao seu método de cura (que passa, explica Jorge Pereira, presidente da Leite Montanha, por alguns “banhos” numa solução adequada, e com óbvio recorte “milagroso”, digo eu), que torna a sua massa extremamente cremosa, logo que se penetra para lá da “casca”. Ao ponto de um chef (continental, já se vê) ter-se lembrado de o designar como um “camembert dos Açores”, conceito que a não utilização de leite cru afasta definitivamente.

É um belo queijo, mais do que isso, é mesmo um grande queijo, com um fantástico e muito distinto sabor, que merece ser conhecido e devidamente degustado. E que é uma clara “subida de divisão” do queijo açoriano. E, já agora, sublinhe-se a coragem de lançá-lo em plena pandemia.

E enquanto nos deliciamos com este m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o Ilha dos Mistérios, ficamos a aguardar outras novidades prometidas por Jorge Pereira, entre as quais um queijo do PICO DOP (esse sim, com leite cru), em fase de testes. Força nisso! Upa, upa!




Comentários

Mensagens populares